No tratamento, as palavras "tio" e "tia" são generalizadas e aplicadas a quase toda a gente.
O artesanato das meias que vem de tempos remotos, pois sempre se viu a mulher sentada á porta de casa com a cesta de lã e as agulhas na mão. Até pelo caminho, esse trabalho era continuado.
O artesanato das capas de burel que ainda hoje continua a até em miniaturas, por ser muito procurado.
A solidariedade, mesmo a população sendo grande, todos se conhecem e vivem os problemas uns dos outros. Noutras alturas, as ceifas, malhadas e desfolhadas eram feitas como se a todos pertencessem.
O pão e a bola nunca deixaram de se cozer. Antes eram feitos nos fornos comunais, mas agora já quase toda a gente tem forno em casa. Estes fazem parte da gastronomia alvitana que nunca acabará.
O fabrico de queijo continua a ser um processo artesanal.
Quem tem vacas, cabras ou ovelhas, fá-lo, pois não se dispensa em casa.
A hospitalidade, ou seja, o saber receber, foi e é o mesmo de sempre. Aqueles que diariamente percorrem o país, vêm a amabilidade com que são tratados.
A pastorícia, pois os animais eram sempre necessários e alguns ajudava muito no trabalho agrícola.
A matança do porco que está a deixar de ser tradição. Antigamente, os lavradores e não só, procuravam criar esses animais para a casa farta durante o ano. No presente, compra-se o animal ou a carne já toda partida e para os fins desejados, não deixando no entanto de se fazer o fumeiro.
A sementeira e arranque da batata. O que foi durante anos e até séculos, um trabalho incansável e que pretendia a população nas duas épocas, ao semear e arrancar aquilo enchia os lares, passou apenas a ser feito, para não cair em total esquecimento, dada a quantidade diminuta que é deitada a terra.
Os serões existiram até que os meios de comunicação social, como a televisão entraram em casa. Este era o processo mais seguido de ocupar as longas noites de inverno.
O rezar do terço, dá a entender que hoje só se reza o terço na igreja. E é de louvar á mulher alvitana que não esquece esse dever, mostrando tempo para tudo.
O carnaval, havia o dia das comadres e dos compadres que a mocidade vivia com intensidade.
As ceifas ou cegadas, malhadas e desfolhadas, eram trabalhos que coroavam a parte agrícola. Reinava sempre uma alegria desmedida que entusiasmava todos os intervenientes.
Os namoros e casamentos. Os filhos e filhas dos lavradores só podiam namorar com lavradores assim como os cabaneiros só podiam namorar com cabaneiros. Com o tempo tudo mudou. Quando os rapazes estranhos começavam a namorar em Alvite, eram obrigados a pagar o vinho.
As festividades. A freguesia de Alvite tem agora três festas a efetuar ao longo do ano.
Alvite também tem a tradição de representar os tempos antigos, para as pessoas verem as coisas que aconteciam no dia a dia, como as mulheres a lavar a roupa, os homens a lavrar, e representam também o convívio.
Sem comentários:
Enviar um comentário